Livro: Rubaiyat
Colecção: Clássicos de Bolso n.º 1470
Autor: Omar Khayyam
Editora: Edições de Ouro
Peso: 250 g
Tradução de Manuel Bandeira. Ilustração de Eugene Karlin.
Omar Khayyam, nasceu e morreu em Nishapur, província de Khorassan, na Pérsia (c. 1050-c.1123). Dedicado ao estudo da matemática e da astronomia, escreveu tratados, um dos quais, sobre álgebra, tornou-se um livro clássico e foi traduzido no Ocidente por Woepke (1851). Elaborou a reforma do calendário muçulmano. Em vida era conhecido sobretudo como matemático e astrônomo. Mas foi poeta também, exprimindo-se em quadras epigramáticas (rubáyyát é o plural de rubay, quadra em persa). Compôs algumas centenas delas. A filosofia que impregna esses breves poemas caracteriza-se pelo seu agnosticismo: não se pode negar nem afirmar coisa alguma, devemos contentar-nos com saber que tudo é mistério – a criação do mundo e a nossa, o destino do mundo e o nosso, jamais saberemos nada, jamais elucidaremos um só dos mistérios do universo; pelo seu imediatismo: goza o momento que passa, não te preocupes com o passado nem com o futuro – o passado é um cadáver que se deve enterrar, o futuro é indevassável, os homens falam de um Paraíso depois da morte, mas é bem possível que ele não exista e portanto cria um Paraíso para o teu gozo na terra, e que é um Paraíso? – A sombra de uma árvore, vinho, os sons de alaúde, rosas, canções, uma bonita mulher de seios cor de neve... e melhor é evitar amá-la, e que ela seja incapaz de amar-te: Deus deu-nos o amor como a certas plantas deu o veneno; o seu hedonismo: o prazer é o fim da vida, nosso tesouro é o vinho e a embriaguez, não penses na morte; depois da morte só pode haver duas coisas – o nada ou a misericórdia, colhe todos os frutos da vida, deixa-te penetrar de todos os perfumes, de todas as cores, de todas as músicas, acaricia todas as mulheres... Seu hedonismo, porém, não era o de um egoísta, não excluía a compaixão pelo próximo, e o poeta o aconselhava: ao pobre que te pede uma esmola dá a metade do que possuis; perdoa todos os culpados; não concorras para a tristeza de ninguém. (Manuel Bandeira in prefácio)
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